A ação da CVC subiu 14% esta semana com a expectativa do resultado do quarto trimestre. Os números acabam de sair, e o bottom line bateu o consenso.
A empresa de turismo reportou um lucro líquido ajustado de R$ 8,5 milhões no tri, revertendo o prejuízo de R$ 15,4 milhões do mesmo período no ano passado. O consenso esperava um prejuizo de R$ 20 milhões.
No ano, a CVC lucrou R$ 53,8 milhões – seu melhor resultado desde 2018. Em 2023, a empresa havia amargado um prejuízo de R$ 238,3 milhões.
O EBITDA veio em R$ 82,6 milhões, alta de 52% ano contra ano. Mas no EBITDA ajustado, que exclui os efeitos cambiais, a alta foi de 25,1%, para R$ 108,1 milhões.
“Podemos dizer que o turnaround acabou, e em 2025 começamos um ciclo de crescimento e inovação que vai até 2027,” disse Fábio Godinho ao Brazil Journal.
A empresa de turismo reportou uma receita líquida de R$ 366 milhões no quarto tri, alta de 4% ano contra ano. O consenso apontava para um top line de R$ 354 milhões.
Em 12 meses, a CVC fez uma receita de R$ 1,3 bilhão, alta de 3,8% sobre o ano anterior.
Segundo Godinho, os resultados de 2024 foram consequência do plano de reestruturação iniciado em 2023, quando ele chegou à companhia.
A empresa fez um back to basics, voltando a apostar em produtos exclusivos, no crescimento no interior do País e na assistência ao cliente como diferencial.
A prática de negociar pacotes exclusivos com hotéis e companhias aéreas, muito comum no início da CVC, foi retomada com a chegada de Godinho.
Segundo o executivo, a participação de produtos exclusivos – acesso a hotéis que só a CVC tem, por exemplo – no faturamento estava próxima de zero quando ele assumiu. Dois anos depois, está em 23,3%.
Além disso, a CVC retomou a abertura de lojas.
Foram 301 aberturas e 28 fechamentos em 2024 – contando Brasil e Argentina – e a CVC encerrou o ano com 1.492 lojas, cerca de 30 a menos em relação ao pico alcançado antes da pandemia. Cerca de 70% dessas lojas foram abertas em cidades do interior.
Godinho disse que a abertura de lojas foi essencial para o aumento da penetração do modelo “figital” da CVC – que saiu de 11% em 2023 para 39% no ano passado.
Funciona assim: o cliente vai fazer uma pesquisa de pacotes no site da CVC e, ao pedir mais informações ou finalizar a compra, é questionado se quer falar com um atendente. Caso queira, ele passa a falar com um agente na franquia mais próxima.
“Hoje somente 10% das nossas vendas são feitas puramente no online. Quando a pessoa vai viajar de férias, ela quer ter mais informações sobre o destino e essa assistência é o nosso diferencial,” disse o CEO.
Apesar do forte número de aberturas – o dobro do que a companhia fazia em seus tempos de bonança – Godinho diz haver espaço para mais, especialmente no interior e na conversão de agências menores para CVC.
“Tem muita agência de viagem querendo virar CVC. Eles olham o modelo figital, produto exclusivo, a tecnologia… e não têm acesso a isso sozinhos,” disse.
O CEO vê a volta de um crescimento mais acelerado em 2025 até pela base de comparação. Enquanto as reservas no B2C cresceram 11% em 2024, o B2B e a operação da Argentina apresentaram quedas de 3% e 32%, respectivamente.
Segundo ele, houve uma limpeza da base dos clientes do B2B, com ajuste do take rate e foco em contratos rentáveis. Já a Argentina foi impactada pelo macro, que já dá sinais de melhora.
Apesar de subirem 55% no ano, a ação da CVC ainda acumula uma queda de 28% no ano. A empresa vale R$ 1,2 bilhão na B3.
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“O turnaround acabou.” CVC tem seu maior lucro desde 2018
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