Semana Santa movimenta mercado da pesca e aquicultura no país
A Semana Santa, uma das épocas mais tradicionais do calendário religioso brasileiro, também se torna um momento crucial para a indústria de pesca e aquicultura no país. Com a proximidade da data, os supermercados já evidenciam um aumento significativo na oferta de peixes e frutos do mar, que aos poucos se tornam itens obrigatórios nas compras dos brasileiros. Além dos tradicionais ovos de Páscoa, os pescados se destacam, simbolizando uma mudança nos hábitos alimentares no período.
De acordo com Paulo Faria, diretor de Desenvolvimento e Inovação da Secretaria Nacional da Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), a Semana Santa não apenas movimenta o comércio, mas também impacta toda uma cadeia produtiva que abrange pescadores, aquicultores, supermercados e restaurantes. “A cada ano estamos percebendo um aumento na demanda, e isso aquece ainda mais o mercado”, explica Faria.
As expectativas para este ano indicam um crescimento substancial nas vendas durante a Semana Santa, refletindo uma tendência que se estende ao longo do ano. A Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR) aponta um aumento de mais de 53% no consumo de pescado na última década. Faria atribui esse crescimento a uma combinação de fatores, como a qualidade do pescado brasileiro e o reconhecimento médico de que o peixe é uma opção mais saudável. O vasto leque de espécies disponíveis no mercado, como crustáceos, moluscos e o famoso camarão, também contribui para essa aceitação.
Dentre os peixes, a tilápia se destaca, tomando o lugar do tradicional bacalhau na mesa da Sexta-Feira Santa. Essa espécie, que já representa mais da metade da produção nacional de pescado – com cerca de 400 mil toneladas em um total de 790 mil – é reconhecida por seu sabor e sua adaptabilidade. “O Brasil ocupa a quarta posição mundial na produção de tilápia, e não temos dúvida de que a demanda só tende a crescer”, acrescenta Faria.
Apesar dos resultados positivos, Faria alerta que existem desafios a serem superados. “Embora os lucros dos produtores estejam em ascensão, é fundamental que trabalhemos na competitividade, garantindo que os produtores mantenham margens de lucro saudáveis”, enfatiza. Para isso, o MPA implementa ações voltadas para a capacitação e assistência técnica de produtores, além de fomento ao crédito e regularização da atividade pesqueira.
Essa combinação de tradição, inovação e desafios confirma a Semana Santa como um período crucial para o mercado de pescados no Brasil, trazendo sabores à mesa dos brasileiros e oportunidades para o crescimento do setor.
Perguntas e Respostas sobre o mercado de pesca durante a Semana Santa
Por que a Semana Santa é relevante para o mercado de pesca no Brasil?
A Semana Santa é um período em que ocorre um aumento significativo na demanda por peixes e frutos do mar, pois muitos brasileiros adotam práticas de não consumir carne vermelha. Isso gera uma movimentação intensa em toda a cadeia produtiva, beneficiando pescadores, aquicultores e comerciantes.
Quais peixes são mais consumidos durante a Semana Santa?
A tilápia tem se destacado como uma das principais opções, substituindo o bacalhau em muitos lares. Além da tilápia, diversas espécies de peixes e frutos do mar, como camarões e moluscos, também são bastante procurados.
Qual é a expectativa de crescimento para o mercado de pescados este ano?
As expectativas são positivas, com uma projeção de crescimento nas vendas de pescado durante a Semana Santa. Além do aumento específico para esse período, a tendência é que o consumo de pescado continue a crescer ao longo do ano.
O que tem contribuído para o aumento do consumo de pescado no Brasil?
Fatores como a qualidade do pescado nacional, recomendações de saúde sobre o consumo de peixe e a diversidade de espécies disponíveis no mercado são algumas das razões que têm contribuído para o aumento do interesse por pescados.
Quais são os desafios enfrentados pelo setor pesqueiro no Brasil?
Apesar do crescimento nas vendas, o setor ainda enfrenta desafios como a necessidade de aumentar a competitividade e garantir margens de lucro sustentáveis para os produtores. A implementação de medidas de capacitação e assistência técnica é essencial para enfrentar esses desafios.
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