Débora Diniz: A Ciência Como Ato de Resistência e Transformação
Debora Diniz nunca se considerou uma cientista isolada em um laboratório. Para sua pesquisa, o mundo vivido, o encontro com outras mulheres e a escuta atenta de suas histórias são essenciais. Antropóloga e pesquisadora na Universidade de Brasília (UnB), Debora foi recentemente agraciada com o primeiro Prêmio Mulheres e Ciência na categoria Trajetória — uma honraria que, segundo ela, vai além de sua própria figura.
O prêmio foi promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em colaboração com outras instituições, reconhecendo a atuação feminina na ciência. Como Debora explica, “Este prêmio não é sobre mim. Ele representa todas as mulheres que me receberam, que continuam me recebendo, com quem trabalho, ensino e aprendo.” Para a pesquisadora, a ciência deve ser um esforço coletivo: “Desacredito a ideia de genialidades solitárias”.
Uma Trajetória Marcada pelo Coletivo
Debora Diniz ingressou na universidade logo após a promulgação da Constituição de 1988 em um Brasil que respirava a abertura democrática. Ela encontrou na antropologia um espaço para construir uma ciência comprometida com a realidade social. “A UnB era um espaço fraterno, aberto ao pensamento e à liberdade plena de ensino e pesquisa”, relembra. Desde então, sua pesquisa sempre esteve atenta às questões de gênero e às desigualdades enfrentadas por mulheres em diferentes contextos.
Nas palavras de Debora: “Eu faço pesquisa para aplicar no mundo, com um objetivo muito claro: transformar realidades injustas para as mulheres.” Suas investigações mais recentes abordam a criminalização do aborto e os impactos de crises sanitárias, como as epidemias de Zika e Covid-19, especialmente no Nordeste brasileiro, onde as desigualdades estruturais são mais evidentes.
Conectando-se com o Mundo
Mesmo sem um laboratório tradicional, Debora aplica os princípios de experimentação e análise que norteiam todas as ciências. Afirma que sua pesquisa ocorre em constante diálogo com a realidade, e também a conecta com pessoas e contextos diversos: “A pesquisa é o que me mantém conectada ao mundo”. Além de sua vida acadêmica, Debora é também uma apaixonada por livros, fotografia e cinema, expressando a importância do aprendizado e da troca de experiências.
Projetos Futuros e Messagem de Esperança
O grande projeto de Debora para a próxima década é continuar sua pesquisa sobre como as mulheres seguem com suas vidas após as emergências sanitárias. Para ela, a ciência deve ser visto como um instrumento para transformar o mundo. Ao longo de sua trajetória, Débora acumulou reconhecimentos tanto nacionais quanto internacionais pela sua atuação em diversas áreas, destacando-se como uma referência na defesa dos direitos humanos.
Perguntas Frequentes
Qual é a principal área de pesquisa de Débora Diniz?
Débora é especializada em antropologia, com foco em justiça de gênero e as desigualdades enfrentadas por mulheres em diferentes contextos, especialmente no Brasil.
O que representa o Prêmio Mulheres e Ciência para Debora Diniz?
Para Debora, o prêmio representa uma coletividade e o reconhecimento do trabalho de muitas mulheres que influenciaram sua trajetória.
Como a pesquisa de Débora se relaciona com a realidade social?
A pesquisa de Debora é orientada por um compromisso com a transformação de realidades injustas para as mulheres, incorporando suas histórias e necessidades nas investigações.
Quais crises sanitárias Debora analisa em suas pesquisas?
Atualmente, ela estuda os impactos da criminalização do aborto e os efeitos de crises sanitárias, como as epidemias de Zika e Covid-19, na vida das mulheres.
Além da pesquisa acadêmica, em que outras áreas Débora se destaca?
Débora é também uma reconhecida cineasta, roteirista e fotógrafa, tendo recebido prêmios em festivais de cinema e sendo reconhecida internacionalmente por sua atuação na defesa dos direitos humanos.
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