Votação interna mostra MDB dividido sobre participação no governo Jorginho

Em meio ao vazamento de nomes de novos secretários do governo Jorginho Mello (PL) e da confirmação de que a reforma do secretariado será deflagrada na sexta-feira, o MDB reuniu deputados federais e estaduais de forma remota para definir se aceita a proposta do governador para assumir as pastas da Agricultura e do Meio Ambiente. Com apenas duas ausências, o encontro mostrou a divisão dos parlamentares emedebistas sobre a participação no governo.

Tiago Zili votou “não”, Antídio Lunelli estava ausente e Fernando Krelling votou “sim”. Foto: Solon Soares/Agência AL.

As teses chegaram a entrar em votação. Foram quatro votos a favor: os deputados estaduais Jerry Comper (licenciado), Emerson Stein, Fernando Krelling e Volnei Weber. Também foram quatro votos contra (os deputados federais Rafael Pezenti e Valdir Cobalchini, os deputados estaduais Mauro de Nadal e Tiago Zili). O desempate viria com o voto do deputado federal e presidente estadual Carlos Chidioni, que se manifestou pelo adiamento da decisão para o retorno do ano legislativo, em fevereiro.

Parte dos emebistas entendeu o resultado como um 5 a 4 pelo desembarque do MDB do governo, o que incluiria a saída de Jerry Comper da Secretaria de Infraestrutura. Após a reunião, o MDB-SC anunciou que “a ausência de alguns parlamentares no encontro, incluindo a viagem para o exterior do presidente do partido, deputado federal Carlos Chiodini, acabaram prorrogando a decisão” e que “sigla continua sendo base do governo do Estado, mas irá definir os próximos passos somente em uma reunião presencial envolvendo toda bancada”.

Jorginho ofereceu “porteira fechada” na Agricultura e Fesporte

Os ausentes eram a senadora Ivete da Silveira e o deputado estadual Antídio Lunelli, que poderiam afetar o resultado apertado. Certo é que, nesta sexta-feira, quando Jorginho confirmar os novos nomes do secretariado, não haverá decisão sobre o MDB.

Na tentativa de fechar o acordo, o governador melhorou a proposta feita aos emedebistas. Em reunião com o lider da bancada, antes do encontro dos emedebistas, sinalizou que a pasta da Agricultura seria robustecida com indicações para Epagri e Cidasc. Além disso, sugeriu que o MDB poderia indicar também o novo comando da Fesporte.

Nessa nova configuração, Chiodini seria convidado para a Agricultura e a pasta de Meio Ambiente e Economia Verde ficaria com Emerson Stein, enquando caberia a Fernando Krelling indicar a presidência da Fesporte. Qualquer decisão agora, no entanto, só será tomada em fevereiro.

O que pesa na indefinição do MDB

A divisão do MDB sinaliza dificuldades do governo Jorginho na geografia interna do MDB catarinense. É perceptível que parte dos emedebistas quer aguardar o desempenho do governo Jorginho no terceiro mandato e o posicionamento do PSD do prefeito chapecoense João Rodrigues antes de um alinhamento automático.

Às vésperas de deixar a presidência da Assembleia Legislativa, Mauro de Nadal foi um dos votos contrários ao ingresso do partido em novas secretarias. O deputado federal Rafael Pezenti foi veemente na defesa de que o partido deveria estar fora do governo, sendo seguido por Valdir Cobalchini. Na linha de defesa, perfilaram com maior vigor Jerry Comper, Emerson Stein e Fernando Krelling.

Além disso, a postura cautelosa de Chiodini tem relação com as definições sobre a composição da mesa diretora da Câmara dos Deputados, que deve eleger o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PI). Nessa costura, Chiodini é cotado para uma das secretarias da mesa diretora ou para a relatoria-geral do Orçamento – postos que o fariam declinar da vaga no secretariado de Jorginho Mello.

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