Cientistas descobrem emaranhamento quântico em quarks e glúons dentro de prótons

Cientistas do Laboratório Nacional Brookhaven, ligado ao Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE), fizeram uma descoberta impressionante ao mapear o emaranhamento quântico em quarks e glúons dentro de prótons. Essa pesquisa, publicada na revista Reports on Progress in Physics, abre uma nova janela para compreender as interações subatômicas, lançando luz sobre fenômenos que desafiavam as teorias anteriores na física nuclear.

O Que é o Emaranhamento Quântico?

O emaranhamento quântico é um fenômeno central na mecânica quântica, onde duas partículas se tornam entrelaçadas de tal forma que o estado de uma delas afeta instantaneamente o estado da outra, independentemente da distância que as separa. Em um experimento clássico de emaranhamento, se a medida de uma partícula indica que seu spin é “para cima”, a outra terá automaticamente o spin oposto, “para baixo”, sem qualquer sinal ou troca de informação entre elas.

O estudo do emaranhamento quântico em sistemas como o próton, que é uma das partículas subatômicas mais comuns, já era um tópico de interesse entre os cientistas, mas até agora, não havia sido possível detectá-lo com clareza dentro de prótons. Esse fenômeno ocorre em escalas extremamente pequenas, menores que um quatrilionésimo de metro, no interior de prótons individuais, o que torna sua observação um grande desafio.

A Nova Abordagem Experimental

Os cientistas do Brookhaven usaram uma nova abordagem para analisar colisões de partículas de alta energia, o que possibilitou a identificação do emaranhamento entre quarks e glúons dentro de prótons. Durante seis anos de pesquisa, os dados coletados permitiram mapear como o emaranhamento influencia a distribuição de partículas estáveis geradas em colisões, revelando que a interação entre quarks e glúons é mais complexa e dinâmica do que se imaginava.

O físico Zhoudunming Tu, coautor do estudo, afirmou: “Agora, com evidências de que quarks e glúons estão emaranhados, esse cenário mudou. Temos um sistema muito mais complicado e dinâmico”, indicando que essa descoberta altera a maneira como entendemos a estrutura do próton e a interação das partículas dentro dele.

Implicações da Descoberta

Antes dessa pesquisa, acreditava-se que os quarks e glúons dentro do próton estavam distribuídos de maneira mais previsível, sem interações de emaranhamento quântico. No entanto, os novos dados confirmam que a interação entre essas partículas subatômicas é muito mais intricada, o que abre portas para novos campos de estudo em física nuclear e computação quântica.

Os pesquisadores também destacam que a descoberta tem implicações importantes para o entendimento da entropia das partículas produzidas em colisões de alta energia. A entropia é uma medida da desordem em um sistema, e os dados agora confirmam que a entropia das partículas liberadas segue padrões definidos antes mesmo da colisão, graças ao emaranhamento quântico.

A Tecnologia do Futuro: O Electron-Ion Collider

Para aprofundar ainda mais no estudo do emaranhamento quântico e das interações de quarks e glúons, os cientistas do Brookhaven estão se preparando para a construção do Electron-Ion Collider (EIC), uma instalação de pesquisa com lançamento previsto para 2030. O EIC será um marco na investigação das propriedades dos prótons e suas interações em condições extremas.

Possíveis Aplicações

A compreensão mais profunda do emaranhamento quântico pode trazer benefícios significativos não apenas para a física nuclear, mas também para a computação quântica. A habilidade de manipular partículas emaranhadas pode ser essencial para o avanço de tecnologias de computação muito mais rápidas e poderosas.

Perguntas Frequentes

O que é emaranhamento quântico?

O emaranhamento quântico é um fenômeno onde duas partículas ficam correlacionadas de maneira que o estado de uma delas determina instantaneamente o estado da outra, não importando a distância entre elas.

Por que a descoberta do emaranhamento quântico em prótons é importante?

Essa descoberta muda a nossa compreensão sobre as interações dentro dos prótons, revelando que elas são mais dinâmicas e complexas do que se imaginava, o que pode ter implicações para a física nuclear e computação quântica.

Como os cientistas mapearam o emaranhamento quântico nos prótons?

Os pesquisadores usaram dados de colisões de partículas de alta energia e aplicaram uma nova abordagem experimental para identificar o emaranhamento entre quarks e glúons dentro de prótons.

O que é o Electron-Ion Collider (EIC)?

O EIC é uma nova instalação de pesquisa que será construída até 2030 e será utilizada para aprofundar o estudo das propriedades dos prótons e das interações entre quarks e glúons, com foco na exploração do emaranhamento quântico.

Quais são as possíveis aplicações dessa pesquisa?

A pesquisa sobre emaranhamento quântico pode beneficiar não apenas a física nuclear, mas também a computação quântica, abrindo novas possibilidades para o desenvolvimento de tecnologias mais avançadas.

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