Em Wall Street, mais um short seller fecha as portas

A Hindenburg Research — a firma de research especializada em short selling que ajudou a implodir o market cap de empresas como Nikola e Icahn Enterprises — está fechando as portas depois de oito anos.
O movimento é o mais recente de uma série, tornando o short selling uma atividade cada vez mais escassa em Wall Street.
O fundador da Hindenburg, Nate Anderson, disse ao Wall Street Journal que decidiu encerrar a operação pelo impacto que o trabalho vinha causando em seu bem estar.
“Gastei a maior parte dos últimos oito anos em alguma briga, ou me preparando para a próxima,” disse ele.
Os short sellers têm um papel antisséptico: eles ajudam a manter a disciplina no mercado ao investigar as companhia em busca de fraudes e inconsistências contábeis.
O fundador da Hindenburg disse que cumpriu o que se propôs: mostrar que é possível construir um negócio perseguindo fraudes e outros problemas no mercado de capitais.
Nos últimos anos, outros short sellers conhecidos jogaram a toalha ou quebraram. Dois casos emblemáticos são a Melvin Capital, que perdeu mais de US$ 1 bilhão em um dia no frenesi da GameStop, e Andrew Left, que foi indiciado no ano passado acusado de manipulação de mercado.
Jim Chanos — famoso por seu short lendário da Enron — também fechou seu fundo de US$ 6 bilhões em 2023. 
O WSJ nota ainda que gestores de hedge funds como Bill Ackman e Daniel Loeb têm deixado de anunciar shorts em público nos últimos anos.
Diferente da maioria dos short sellers, a Hindenburg nunca geriu dinheiro de terceiros. Ela ganhava dinheiro compartilhando suas apostas com outros fundos — em troca de um share nos lucros —, investindo o capital dos sócios e compartilhando seu research com agências do Governo.
Segundo o WSJ, a Hindenburg esteve por trás de alguns dos shorts mais conhecidos dos últimos anos. 
Em 2020, ela vendeu a descoberto a ação da Nikola, a fabricante de caminhões elétricos que havia sido um dos IPOs mais quentes daquele ano – e ganhou muito dinheiro com isso. 
Em 2023, a Hindenburg vasculhou todo o registro corporativo das Ilhas Maurício para encontrar companhias que ela alegava estarem sendo usadas pela família indiana Adani — na época uma das mais ricas do mundo — para manipular o preço das ações de suas empresas.
A Hindenburg também apostou contra a empresa de Carl Icahn, o grande investidor ativista, fazendo os preços do papel despencar mais de 80%, perdendo US$ 13 bilhões de market cap.
Agora aposentado, Nate diz querer ter tempo para seus hobbies e para sua esposa e filhos.
Ele vai continuar investindo seu próprio dinheiro — mas, segundo ele, só em ETFs e outros investimentos “que não causem estresse.”
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