A proposta pelo fim da escala 6×1 ainda está tramitando, mas os ânimos nas redes sociais parecem ter abaixado depois de muita luta.
O regime de trabalho estabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) define que o empregado deve cumprir uma jornada de até oito horas por dia, totalizando um máximo de 44 horas semanais, ou seja, nem mais nem menos do que isso, em certos casos.
Essa regra determina a carga horária praticada no Brasil há décadas, com o objetivo de organizar a relação entre empregadores e empregados, garantindo direitos como descanso semanal remunerado, intervalos e horas extras.
A legislação, no entanto, segue em constante debate, principalmente diante das transformações sociais e tecnológicas que influenciam o modo como se trabalha atualmente. Diante desse cenário, crescem as discussões sobre a viabilidade de modelos mais flexíveis e humanizados, como o fim da escala 6×1.

Neste artigo, você vai ver:
O que é a proposta pelo fim da escala 6×1?
A proposta pelo fim da escala 6×1 tem como base a alteração da Constituição Federal para reduzir a jornada semanal de trabalho sem comprometer a produtividade ou os direitos adquiridos dos trabalhadores, como férias, 13] e semelhantes.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), protocolada no início de 2024 pela deputada Erika Hilton, busca limitar a jornada de trabalho em 36 horas semanais. A medida visa permitir que trabalhadores possam adotar escalas com mais dias de descanso, como o modelo de quatro dias por semana.
Esse novo formato teria o objetivo de melhorar a qualidade de vida, diminuir o estresse e aumentar a eficiência no ambiente profissional. O texto propõe essa mudança sem alterar o limite máximo diário de oito horas, o que tornaria a adaptação mais viável para os empregadores.
O debate em torno do fim da escala 6×1 também envolve a compreensão do que essa escala representa na prática. Atualmente, grande parte dos trabalhadores segue o modelo 6×1, no qual se trabalha seis dias consecutivos e se descansa apenas um.
Essa rotina é considerada exaustiva e pouco compatível com as exigências da vida contemporânea. Em contrapartida, existem outras escalas que já são aplicadas em diversas empresas, como a 5×2, que prevê cinco dias de trabalho e dois de folga, normalmente adotada em jornadas de segunda a sexta.
Outra possibilidade é a escala 4×3, onde o trabalhador atua por quatro dias e descansa três, geralmente com turnos de maior duração. Essas alternativas demonstram que é possível garantir produtividade sem sacrificar o bem-estar.
Além disso, a proposta apresentada reflete um movimento internacional que repensa a rigidez das jornadas tradicionais. Países como Islândia, Bélgica e Reino Unido já testaram modelos de quatro dias de trabalho por semana com resultados positivos em saúde mental, engajamento e desempenho.
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Entendendo o que é a escala 6×1 e outras possibilidades
A escala 6×1 significa que o trabalhador cumpre jornada durante seis dias consecutivos e tem apenas um dia de folga, o que gera um ritmo intenso e, muitas vezes, desgastante. Esse modelo é comum em setores como comércio, indústria e serviços essenciais, que exigem operação contínua.
Apesar de ser legal e amplamente utilizado, ele tem sido alvo de críticas por não oferecer tempo suficiente para recuperação física e convivência familiar. A proposta da PEC vem justamente como resposta a essas críticas, propondo uma revisão da lógica que sustenta esse formato.
A escala 5×2 surge como uma alternativa mais equilibrada. Nesse formato, o trabalhador atua por cinco dias e descansa dois, geralmente no fim de semana. Essa jornada é a mais comum em empregos administrativos e setores de horário comercial.
Ela permite maior previsibilidade, organização pessoal e um descanso mais prolongado. Com isso, os impactos na saúde e na produtividade tendem a ser positivos. A aplicação da escala 5×2 reforça a viabilidade de jornadas menos intensas, com foco no bem-estar sem prejudicar a performance.
A escala 4×3, por sua vez, propõe um modelo ainda mais flexível. Nela, o profissional trabalha por quatro dias seguidos, normalmente com jornadas de até 9 horas, e usufrui de três dias consecutivos de folga. Essa opção tem ganhado destaque nos testes internacionais de produtividade e satisfação.
Ela favorece o planejamento pessoal, o descanso e até a capacitação profissional durante os dias livres. Embora menos comum no Brasil, esse modelo representa uma alternativa real para setores que conseguem operar em turnos bem organizados e com estrutura adequada.
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Como anda a proposta pelo fim da escala 6×1?
Até o momento, a proposta que prevê o fim da escala 6×1 ainda não avançou no Congresso Nacional. Mesmo com o apoio público declarado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o texto da PEC ainda aguarda o início de sua tramitação.
A proposta não foi remetida à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nem a qualquer outro colegiado da Câmara dos Deputados. Dessa forma, não existe relator designado, o que dificulta o avanço no processo legislativo, gerando um impasse.
Apesar das declarações de apoio, o clima entre os líderes da Câmara ainda se mostra cauteloso. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, indicou resistência à proposta, mesmo admitindo que o tema deve ser discutido.
Segundo ele, é preciso realismo ao lidar com expectativas da população, evitando promessas que dificilmente se concretizam. A declaração revela um cenário político desafiador, no qual propostas progressistas enfrentam barreiras institucionais e necessidade de ampla negociação entre as bancadas.
Para que uma Proposta de Emenda à Constituição seja aprovada, são necessários ao menos 308 votos favoráveis na Câmara dos Deputados e 54 votos no Senado Federal, ambos em dois turnos de votação. Além disso, o texto precisa passar por análise nas comissões temáticas e sofrer uma possível revisão.
Esse processo envolve tempo, articulação e interesse político. Sem esses fatores, a proposta pode permanecer estagnada, mesmo com apoio popular. Assim, o caminho legislativo exige acompanhamento constante e pressão da sociedade civil para ganhar força no Congresso.
O que falta para a aprovação?
Falta, antes de tudo, a tramitação efetiva da PEC no Congresso Nacional. Isso inclui a definição do relator, a análise nas comissões e a posterior votação em plenário. Além disso, é preciso conquistar os votos necessários, o que exige forte articulação política e apoio de diferentes partidos.
Sem esse esforço conjunto, a proposta não avança, mesmo sendo considerada relevante por amplos setores sociais. O envolvimento direto do Executivo também pode acelerar o processo, caso o governo decida assumir a defesa ativa do projeto.
A resistência de líderes parlamentares, como Hugo Motta, indica a necessidade de ampliar o diálogo institucional. A construção de consensos e a apresentação de estudos que comprovem os benefícios da redução da jornada semanal podem ajudar a reverter a posição de opositores.
Argumentos técnicos, experiências internacionais e apoio da sociedade podem ser decisivos para convencer os indecisos. O avanço de projetos como esse depende mais do engajamento coletivo do que apenas da iniciativa parlamentar.
Por fim, a PEC ainda precisa superar desafios econômicos e estruturais, como a preocupação com o impacto nos custos para os empregadores. No entanto, a proposta já indica que a mudança não alteraria a jornada diária máxima, o que mantém a lógica de produtividade.
Com isso, os argumentos contrários podem ser equilibrados por dados que comprovem ganhos em saúde, motivação e desempenho dos trabalhadores. A construção de um ambiente de debate transparente e técnico é essencial para viabilizar a aprovação.
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