Comunidades Quilombolas de São Mateus Recebem Caravana Interministerial do Novo Acordo do Rio Doce
Na última semana, as comunidades quilombolas de Degredo e do território de Sapê do Norte, em São Mateus, Espírito Santo, participaram de uma importante reunião com a Caravana Interministerial do Novo Acordo do Rio Doce. O evento tinha como objetivo ouvir as demandas e necessidades dos moradores impactados pelo desastre de Mariana, ocorrido em 2015, quando a barragem de Fundão se rompeu, causando uma das maiores tragédias ambientais do Brasil.
Desafios e Esperanças
Pedro Leite Costa, um dos líderes quilombolas da comunidade de Degredo, expressou a dor de sua população durante a visita da caravana. Ele relatou a perda significativa de animais devido à contaminação da água e a impossibilidade de exercer a pesca que sempre foi sua principal fonte de renda. “É dolorido, só quem está no meio desses danos sabe a dor que está passando”, afirmou Pedro, destacando a importância do diálogo promovido pelo governo.
Com R$132 bilhões disponíveis para ações de reparação e compensação ao longo de 20 anos, a Caravana Interministerial se dedica a esclarecer como será a execução desse acordo e a assegurar que as vozes dos afetados sejam ouvidas durante o processo de implementação.
Acolhimento e Transparência
Isabela Cruz, diretora da Secretaria de Territórios Tradicionais, afirmou que uma das metas da Caravana foi acolher as demandas e esclarecer dúvidas para garantir que as políticas públicas sejam ajustadas às necessidades das comunidades. “Foi um movimento interessante poder ir aos territórios, conhecer a realidade das comunidades e trazer informação para dissipar boatos”, ressaltou.
Durante a plenária final na comunidade de Nova Vista, mais de 5.500 pessoas de diferentes comunidades quilombolas reuniram-se para conhecer os detalhes do Novo Acordo, focando nos pontos que impactam diretamente os Quilombos.
Karen Emanuella Bezerra, analista de políticas sociais da Secretaria-Geral da Presidência da República, reiterou a importância do diálogo constante com as comunidades, afirmando que essa interação gera confiança e fortalece o trabalho desenvolvido.
Reflexões Finais
O encontro entre representantes do governo e as comunidades quilombolas de São Mateus representa uma tentativa de reparação e diálogo diante de um passado doloroso. As iniciativas em curso buscam não apenas sanar as feridas deixadas pela tragédia, mas também construir um futuro que respeite e valorize a cultura e os direitos dos quilombolas.
Perguntas e Respostas
O que foi a Caravana Interministerial do Novo Acordo do Rio Doce?
A Caravana foi uma iniciativa do Governo Federal para dialogar com as comunidades afetadas pelo desastre de Mariana, visando ouvir suas demandas e explicar a execução do Novo Acordo, que destina R$132 bilhões para ações de reparação ao longo de 20 anos.
Quais comunidades foram visitadas pela Caravana?
As comunidades quilombolas de Degredo e do território de Sapê do Norte, em São Mateus, Espírito Santo, foram as principais localidades visitadas.
Qual é o impacto do desastre de Mariana nas comunidades quilombolas?
O desastre causou sérios prejuízos, como a contaminação da água, morte de animais e perda de renda para pescadores e trabalhadores rurais, afetando gravemente a subsistência das comunidades.
Qual é o papel do governo no processo de reparação?
O governo se comprometeu a ouvir e atender as demandas das comunidades, implementar políticas públicas adequadas e garantir que as vozes dos atingidos orientem a execução do acordo.
Como os moradores avaliam a visita da caravana?
Os moradores, como Pedro Leite Costa, acreditam que a visita é um passo positivo na busca por soluções, ressaltando a importância do diálogo e da atenção às suas necessidades e preocupações.
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