Na quinta-feira, dia 27, a ONG SOS Pets recebeu pedido de ajuda para um filhote de gato macho que estava com miíase no ânus. O rapaz que pediu auxílio mora no Estreito, onde encontrou o bichinho. O pessoal da ONG, que está com 60 animais resgatados e três animais internados aguardando cirurgia, solicitou que o levassem à Dibea (Diretoria do Bem-Estar Animal) para uma consulta. O garoto assim o fez. Mas, chegando lá, foi surpreendido porque o veterinário de plantão disse que precisaria sacrificá-lo. O rapaz saiu do local da consulta e deu o retorno para a ONG que o havia encaminhado. Então foi orientado a pegar o animalzinho para o levar a uma clínica particular, pois embora estivesse com a miíase parecia responder bastante bem a todos os estímulos. Em menos de meia hora o rapaz voltou, mas foi informado que o bichinho já havia sido sacrificado.
No áudio enviado ao rapaz, o médico veterinário informa que a temperatura do gatinho amarelo estava em 32 graus, o que é difícil atestar, já que a temperatura dos animais é medida através da introdução de termômetro no ânus, e por ter miíase no local seria quase impossível averiguar a temperatura. E, em geral animais com esta temperatura estão em falência total, ou seja, morrendo. Mas o gatinho, embora doente, foi entregue respondendo normalmente. Ainda houve a explicação que ele estava com anemia. Mas, como é possível saber se não foi feito qualquer exame de sangue? Até porque pela recusa em devolver o gatinho dizendo que já havia sido morto, não houve tempo hábil para resultados de exames, pois até pouco tempo a Dibea não tinha aparelhagem e pessoal para realizar exames. O local atende exclusivamente consultas e castrações agendadas. E, além de tudo, não foi possível conhecer de que forma o bichinho foi morto.
As eutanásias são feitas em casos muito específicos, conforme explica a médica veterinária Renata Gomes, da Clínica Auqmia, do Rio Tavares, com base nas indicações do CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária: “Situações que indicam eutanásia são doenças incuráveis, doenças crônicas, ou irreversíveis, animais gravemente feridos, animais idosos sem recursos para as suas necessidades, animais que ameaçam a saúde pública.” A miíase, conforme sabemos, embora bastante séria, não se trata de uma doença incurável.
O caso deixou muitas pessoas revoltadas. A postagem sobre o caso, feito há pelo menos 15 horas, no perfil do Instagram da SOS Pets, acompanhada por 25 mil pessoas, teve quase 700 curtidas e comentários horrorizados com a frieza da execução do gatinho amarelo. A Lei Federal 14.228, de 2021, proíbe a eliminação de cães e gatos saudáveis por órgãos de controle de zoonoses, canis públicos e estabelecimentos oficiais congêneres. A Dibea precisa responder a esta situação, inclusive pela negativa em devolver o animalzinho. A situação é bastante grave.
