‘Tesla Takedown’: movimento une famosos contra carros de Musk e terá ‘dia global de ação’ no sábado

Figuras públicas e celebridades nos Estados Unidos estão se livrando dos carros da Tesla, em um movimento organizado de boicote que ganhou o nome ‘Tesla Takedown’ e tem até site e contas em mídias sociais. 

O boicote é uma forma direta de os manifestantes protestarem contra as ações recentes de Musk, CEO da empresa de veículos elétricos, em relação à sua presença na política norte-americana.

O Tesla Takedown anunciou que fará neste sábado (29) um “global day of action”(dia mundial de ação), com atos contra Elon Musk previstos para os EUA, Reino Unido, França, Alemanha e Holanda. Mais o maior dano para os negócios do empresário pode ser a rejeição à marca. 

Boicote critica ações de CEO da Tesla no governo

Forte apoiador de Donald Trump, Musk — que no passado apoiava o Partido Democrata — vêm influenciando o presidente a intervir em diversas políticas públicas por meio do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, em inglês).

As medidas, no entanto, têm provocado fortes reações entre ativistas, políticos e até mesmo artistas no país.

Mark Kelly, senador democrata pelo Arizona, anunciou que estava se livrando de seu Tesla porque o carro passa a simbolizar a agenda política de Elon Musk.

Ele anunciou um vídeo no Twitter/X — que acabou se tornando viral:

“Eu comprei um Tesla porque ele era rápido como um foguete. Mas agora, toda vez que eu o dirijo, me sinto como um outdoor ambulante para um homem que está desmanchando nosso governo e machucando as pessoas.

Então, Tesla, você está demitida!”

A cantora Sheryl Crow também se livrou de seu veículo elétrico, vendendo o carro e repassando o valor integral à National Public Radio (NPR). O repasse à rádio pública ocorreu devido aos riscos de desmonte da instituição pelo DOGE.

O ator Jason Bateman foi outro que se livrou do seu Tesla alegando se sentir “andando com um adesivo de Trump” ao dirigir o automóvel.   

O movimento Tesla Takedown

Nos Estados Unidos, os organizadores do Tesla Takedonw incluem Alex Winter, Joan Donovan, John Cusack, Edward Niedermeyer e Valerie Costa. No Reino Unido, John Gorenfeld, um engenheiro de software que vive em Londres, é um dos principais líderes.

Kusack é um dos que aparecem no vídeo do movimento Tesla Takedown defendendo atos pacíficos contra a marca, embora vários episódios de vandalismo tenham sido registrados recentemente. 

A participação de Musk no DOGE vem ameaçando cortes na seguridade social, enquanto cortes de pessoal em órgãos do governo tem levado a uma onda de protestos pelos Estados Unidos, com ex-aficcionados pelos carros elétricos ocupando concessionárias e postos de abastecimento da Tesla em forma de protesto.

À Fortune, Edward Niedermeyer, um dos primeiros organizadores do movimento, declarou que a intenção final é destruir as finanças do homem mais rico do mundo:

“O objetivo, eu diria, é levar Musk à falência — fazer desmoronar seu império.”

Acionistas da Tesla também estão impacientes com Musk

A presença excessiva de Elon Musk no gabinete presidencial dos EUA não incomoda apenas os adeptos do Tesla Takedown. Os acionistas da empresa também estão incomodados.

Christopher Tsai, proprietário da Tsai Ventures e acionista da Tesla, declarou ao Business Insider que que a empresa poderia muito bem sobreviver sem Musk.

“Elon é claramente uma figura-chave da história, mas Steve Jobs também era uma figura muito importante da história da Apple. Steve Jobs conseguia fazer coisas que Tim Cook não consegue fazer, e Tim Cook faz coisas que Steve Jobs não conseguia fazer”.

O executivo declarou também que a expectativa dentre os acionistas é de que a participação de Musk no governo norte-americano seja temporária, e que esta proximidade traga retornos positivos à empresa.

“O envolvimento de Elon com o governo está permitindo moldar políticas públicas”, completou Tsai.

Na última quarta-feira (27), Donald Trump anunciou um aumento de 25% de tarifas sobre empresas fabricantes de carros do exterior, subindo os preços de carros importados a partir de 2 de abril.

A Tesla, por ser norte-americana, está isenta das tributações sobre seus veículos, mas Musk afirmou nas redes que a empresa “não passará ilesa”.

“Para ser claro, isso irá afetar o preço de peças dos carros que vem de outros países. O impacto no custo não é trivial”, disse em uma publicação.

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