BRICS discute a Cultura na Era Digital e a Sustentabilidade Climática
Na última segunda-feira (24), teve início a 1ª Reunião Técnica do Grupo de Trabalho (GT) da Cultura do BRICS, sob a presidência do Brasil. Realizado por videoconferência, o encontro marca o começo de uma série de três reuniões que ocorrerão até 2025, culminando em uma sessão ministerial em Brasília, em maio do próximo ano. O evento foi organizado pelo Ministério da Cultura do Brasil (MinC) e contou com a colaboração do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Conduzido por Bruno Melo, chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do MinC, a reunião foi dividida em dois eixos centrais: a Cultura e Economia Criativa, incluindo Direitos Autorais e Inteligência Artificial, e a Cultura em relação à Mudança Climática e Desenvolvimento Sustentável. Esses temas refletem um reconhecimento crescente da importância da cultura em um mundo multicultural e interconectado.
Os delegados discutiram os desafios e oportunidades que a inteligência artificial impõe para as indústrias culturais e criativas, salientando a necessidade de políticas que garantam a proteção dos direitos autorais em um contexto digital. A China, por exemplo, compartilhou suas experiências com desafios regulatórios e inovação. A Índia anunciou a realização do AI Summit em 2025, enquanto a Indonésia enfatizou a importância de uma IA ética e inclusiva.
Na segunda parte da reunião, o papel da cultura em face da crise climática foi amplamente abordado. Bruno Melo destacou que, para o Brasil, a cultura não deve ser vista apenas como um setor vulnerável, mas como uma poderosa ferramenta de transformação. Ele apontou que o conhecimento tradicional, incorporado em práticas indígenas e locais, pode catalisar mudanças estruturais essenciais para a sustentabilidade.
Os representantes dos países também compartilharam suas visões. A África do Sul enfatizou a integração de saberes tradicionais em políticas culturais resilientes, enquanto os Emirados Árabes sugeriram uma parceria com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual para criar uma metodologia específica para a economia criativa. O Irã convidou os membros a participarem de sua tradicional Feira do Livro, e a Rússia trouxe contribuições de sua presidência anterior.
“O que estamos vendo é uma convergência nas nossas visões. O objetivo não é apenas um documento, mas um compromisso com ações concretas”, afirmou Bruno Melo, reforçando a importância de uma declaração robusta que parta do diálogo técnico para um contexto político mais sólido.
As próximas etapas incluem a realização da 2ª Reunião Técnica do GT da Cultura, que ocorrerá presencialmente em Brasília nos dias 22 e 23 de maio de 2025, e a reunião dos ministros de Cultura do bloco, agendada para o dia 26 do mesmo mês. As propostas discutidas serão agrupadas em um esboço de declaração a ser enviado aos países em abril para construção coletiva.
Perguntas e Respostas sobre a 1ª Reunião Técnica do GT da Cultura do BRICS
Quais países participaram da 1ª Reunião Técnica do GT da Cultura do BRICS?
Participaram delegações de Brasil, África do Sul, China, Rússia, Índia, Indonésia, Irã, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia.
Qual foi o principal objetivo da reunião?
O principal objetivo foi discutir o papel da cultura em relação à economia criativa, direitos autorais, inteligência artificial e a importância da cultura na luta contra a crise climática, buscando construir uma declaração com ações concretas.
Quando será a próxima reunião do GT da Cultura do BRICS?
A 2ª Reunião Técnica acontecerá presencialmente em Brasília nos dias 22 e 23 de maio de 2025.
Por que a cultura é importante nas discussões sobre mudanças climáticas?
A cultura é vista como um agente de transformação, capaz de catalisar mudanças estruturais e contribuir para a resiliência social, promovendo saberes tradicionais e práticas sustentáveis que podem ajudar na adaptação às mudanças climáticas.
Como as tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, impactam a cultura?
A inteligência artificial apresenta tanto desafios quanto oportunidades para as indústrias culturais, exigindo políticas que protejam os direitos autorais e promovam inovações éticas e inclusivas.
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