Mariangela Hungria: A Microbiologista que Cultiva o Futuro e Recebe Reconhecimento Internacional

Mariangela Hungria: Uma Pioneira na Microbiologia e Defesa da Sustentabilidade
A trajetória de Mariangela Hungria é uma poderosa combinação de paixão científica, resiliência e comprometimento social. Reconhecida recentemente com o prêmio na categoria Trajetória do Prêmio Mulheres e Ciência, a pesquisadora da Embrapa Soja é um verdadeiro ícone no campo da microbiologia do solo, contribuindo de forma significativa para a agricultura brasileira e mundial, ao mesmo tempo em que enfrenta e supera os desafios de ser mulher e mãe na ciência.
Desde a infância, a curiosidade de Mariangela pelos microrganismos a levou a traçar um caminho que, embora repleto de obstáculos, foi pavimentado pela determinação e pelo desejo de contribuir para um mundo mais justo e sustentável. “Decidi ser cientista, estudar microbiologia, algo incomum para uma criança do sexo feminino nascida no final da década de 1950”, relembra ela. Essa escolha prematura foi impulsionada por um livro que ganhou de sua avó, o qual despertou seu interesse pelos micróbios.
Seu percurso na academia começou na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP), onde enfrentou ceticismo tanto de colegas quanto de professores, ao optar por focar sua pesquisa na fixação biológica de nitrogênio (FBN) por microrganismos.
As dificuldades se acentuaram quando, durante sua formação, Mariangela engravidou acidentalmente e ficou responsável por uma filha com necessidades especiais. A maternidade impôs limites e desafios, mas também motivou sua busca por um mundo melhor e mais inclusivo. “A prioridade tinha que ser minha filha, mas graças ao MCTI/CNPq, eu pude seguir com o sonho de ser cientista”, afirma.
Em 1991, ao ingressar na Embrapa Soja, Mariangela deu início a uma nova fase de sua carreira, criando um laboratório e um grupo de pesquisa reconhecido nacional e internacionalmente. Suas inovações na microbiologia resultaram em tecnologias que dispensam o uso de fertilizantes químicos, promovendo uma “Microrrevolução Verde”, que não apenas melhora a produtividade agrícola, mas também preserva o meio ambiente.
Com mais de 380 publicações e 30 tecnologias lançadas, seu trabalho impacta negativamente mais de 30 milhões de hectares no Brasil. Mariangela, além de cientista, é uma mentora para jovens pesquisadores, incentivando mulheres a seguirem seus sonhos na ciência e se tornando uma voz ativa para aqueles que enfrentam desafios, como a educação de filhos com necessidades especiais.
Para o futuro, Mariangela tem planos de continuar liderando o INCT MicroAgro, um projeto que busca soluções biotecnológicas para uma agricultura mais sustentável, enfatizando a importância de colocar o Brasil em destaque na inovação em bioinsumos.
Histórias de dedicação como a de Mariangela Hungria não apenas inspiram, mas também reforçam a ideia de que a ciência é um caminho possível para qualquer pessoa que deseje deixar um legado positivo em sua comunidade e no mundo.
Perguntas e Respostas

Quem é Mariangela Hungria?

Mariangela Hungria é uma microbiologista da Embrapa Soja, reconhecida por suas contribuições à microbiologia do solo e premiada pelo seu trabalho em prol da ciência e da sustentabilidade.

Qual é a principal área de pesquisa de Mariangela?

Sua pesquisa se concentra na microbiologia do solo, especialmente na fixação biológica de nitrogênio (FBN) e na utilização de microrganismos para melhorar a nutrição de plantas, sem o uso de fertilizantes químicos.

Como a maternidade influenciou a carreira de Mariangela?

A maternidade trouxe desafios significativos, como ter uma filha com necessidades especiais, mas também motivou Mariangela a lutar por um mundo mais diversificado e sustentável, equilibrando suas responsabilidades familiares com sua carreira científica.

O que é a “Microrrevolução Verde”?

A “Microrrevolução Verde” refere-se à nova abordagem de Mariangela que utiliza microrganismos para promover o crescimento das plantas, em oposição à antiga “Revolução Verde”, que se baseava no uso intensivo de fertilizantes químicos.

Qual é o legado de Mariangela Hungria para as futuras gerações?

Mariangela tem se dedicado a inspirar jovens pesquisadores e mulheres na ciência, além de liderar projetos que buscam soluções sustentáveis para a agricultura, contribuindo para um futuro mais responsável e inclusivo.

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