Não é só a Apple! O pesadelo da Google na UE se agrava ainda mais

Google e Apple sob a Mira da União Europeia: O Desafio da Conformidade com o Ato de Mercados Digitais
Nos últimos anos, as grandes empresas de tecnologia dos EUA têm enfrentado um crescente escrutínio dos reguladores europeus, um cenário que se intensificou com a implementação do Ato de Mercados Digitais (DMA). Com o governo dos Estados Unidos ameaçando tarifas para proteger suas empresas, a pressão sobre gigantes como Google e Apple continua a aumentar, especialmente no que diz respeito às suas práticas de mercado.
Recentemente, a União Europeia impôs uma exigência significativa à Apple, o que pode resultar em mudanças significativas no próximo iOS 19. No entanto, a Google não está imune a essas investigações. Desde março do ano passado, a Comissão Europeia tem investigado não apenas a Apple, mas também a Google e a Meta. O foco das investigações gira em torno da alegação de que estas empresas não estão seguindo as diretrizes do DMA, que foi criado com o objetivo de promover a concorrência justa no mercado digital.
A Comissão de Concorrência da UE revelou suas primeiras descobertas preliminares sobre a Google, acusando a empresa de violar várias regras do DMA. Dois pontos principais estão em evidência: primeiro, se a Google está impedindo os desenvolvedores de aplicativos de promover ofertas fora da sua loja Google Play, e segundo, se a empresa está promovendo seus próprios serviços, como Google Flights, em detrimento de seus concorrentes nos resultados de busca.
As alegações indicam que a empresa-mãe da Google, Alphabet, estaria cobrando taxas excessivas dos desenvolvedores de aplicativos que tentam atrair novos clientes através da Play Store. Além disso, os reguladores argumentam que a Google prioriza seus próprios serviços nas buscas, reduzindo a visibilidade de opções concorrentes. Se as conclusões preliminares da Comissão se confirmarem, a Alphabet terá a oportunidade de se defender e apresentar sua versão dos fatos. Esse processo pode resultar em uma decisão formal sobre a conformidade.
Teresa Ribera, a comissária europeia responsável pela concorrência, afirmou que estas medidas visam garantir que a Alphabet cumpra as regras enquanto opera serviços cruciais, como o Google Search e os dispositivos Android, que são amplamente utilizados na Europa.
Contudo, a Google não ficou parada. A empresa respondeu às descobertas alegando que as regras de concorrência da UE estão, na verdade, prejudicando consumidores e pequenas empresas. Segundo Oliver Bethell, diretor sênior da Google para concorrência, as exigências da Comissão podem dificultar a localização de informações relevantes pelos usuários e impactar o tráfego de negócios europeus.
Além disso, o cenário se torna ainda mais crítico considerando que a Google já enfrentou multas que ultrapassam €8 bilhões nos últimos dez anos devido a várias questões antitruste. Caso seja considerada culpada pelas violações do DMA, a penalidade pode chegar a 10% da receita global anual da empresa, o que, com uma previsão de faturamento de $250 bilhões em 2024, representa um custo enorme.
À medida que as investigações avançam, tanto a Google quanto a Apple se veem confrontadas com a necessidade de se adequar às novas legislações e, ao mesmo tempo, proteger seus modelos de negócio. O desfecho desses casos poderá reformular a atuação das grandes empresas de tecnologia na Europa e, possivelmente, em outros mercados ao redor do mundo.

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