De cliente a sócio: Itaú investe na Kanastra, o ‘backoffice’ dos fundos

A Kanastra — uma startup que fornece serviços de backoffice para fundos e produtos securitizados — acaba de atrair o Itaú Unibanco, trazendo para seu cap table um player estratégico com potenciais sinergias operacionais. 
A captação — cujo tamanho e valuation não foram revelados — se soma aos recursos que a Kanastra levantou em junho passado, quando atraiu a Kaszek Ventures e o fundo Atlântico numa rodada Série A de R$ 110 milhões. 
Outros investidores da startup são a Valor Capital, Quona Capital, Actyus e QED. 
O investimento do Itaú foi feito pelo Kinea Ventures, o fundo de corporate venture capital do banco gerido pela Kinea, que tem mais de R$ 130 bilhões em ativos. Este é o oitavo investimento do CVC do Itaú, que foi criado em 2020. 
Fundada em janeiro de 2022, a Kanastra nasceu da cabeça de Gustavo Mapeli – que teve passagens pelo BNP Paribas em Londres, pelo BCG e pelo Softbank – e de Manuel Netto, que trabalhou na ZX Ventures, o hub de inovação e aceleração de bebidas da AB InBev.

A startup opera em três verticais. A primeira é a de serviços para fundos, na qual ela faz a gestão, administração e custódia, especialmente de FIDCs. 
A segunda é a de securitização: basicamente, a emissão, gestão, custódia e administração de produtos securitizados, como CRIs, CRAs, LCAs e LCIs. 
A empresa oferece ainda serviços bancários para os fundos e os produtos securitizados, como uma escrow account, conta pagamento, emissão de CCBs, boletos e Pix. 
A Kanastra atende mais de 160 clientes, incluindo gigantes como o próprio Itaú, a XP, Banco BV, Banco ABC, Pátria e JGP, e tem mais de R$ 15 bilhões em ativos. 
A startup não abre sua receita, mas ela é uma comissão de 0,1% a 0,5%  sobre a base de ativos — ou seja, algo entre R$ 15 milhões e R$ 75 milhões por ano. 
Apesar de já ter um tamanho relevante, a Kanastra ainda tem uma fração do mercado total. A estimativa é que o AUC total dos fundos estruturados e produtos securitizados some R$ 1,6 trilhão no Brasil. Os maiores players desse mercado são a BRL Trust, que tem R$ 400 bilhões em AUC mas é muito concentrada em FIPs de private equity; e a Oliveira Trust, que tem R$ 120 bi em AUC em crédito privado, FIDCs e securitização.
“No nosso negócio, a confiança do mercado é fundamental. Como operamos com valores muito grandes, os clientes querem nos ver cada vez mais robustos para continuarem trazendo mais negócios,” disse Gustavo Mapeli, o CEO e cofundador da Kanastra. 
Nesse sentido, a entrada do Itaú “fortalece nossa posição no mercado.”
O Itaú já conhecia a Kanastra como cliente, usando as soluções da startup em sua gestora, na tesouraria e na área de DCM do banco de investimentos. 
Philippe Schlumpf, o gestor do CVC do Itaú, disse que o segmento de fundos estruturados e securitizações vem crescendo num ritmo acelerado e “a Kanastra tem um diferencial pelo uso intensivo de tecnologia em seus produtos e serviços, o que a posiciona como uma empresa com amplo potencial de ser uma das protagonistas da evolução dessa indústria.”
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