Letramento digital, mas temos goteiras. Por Alex Cleidir Tardetti

 
Alex Cleidir Tardetti escreve artigo em que reflete sobre os impactos da tecnologia na educação contemporânea, destacando desafios e oportunidades, especialmente com a proibição do uso de celulares em escolas pela Lei Federal nº 15100/2025, no contexto do Dia Internacional da Educação comemorado nesta sexta-feira (24).

 A educação na contemporaneidade vem sendo, profundamente, influenciada pelas mudanças tecnológicas e sociais, oferecendo novas formas de acesso ao conhecimento e personalização do aprendizado. Recursos que têm ampliado as possibilidades educacionais, tornando o aprendizado mais dinâmico e acessível, além de servir como potencializador no desenvolver de habilidades críticas, criativas e colaborativas, de forma a apresentar aos estudantes o mundo em constante transformação.

 No entanto, com infinitas possibilidades em nossas mãos a qualquer momento, surgem desafios como a necessidade de manter o foco dos estudantes. De um lado a figura do professor, que atua como facilitador e orientador no processo de adaptação às novas demandas do ensino digital. Do outro, as ferramentas tecnológicas, oferecem outras formas de explorar diferentes fontes de conhecimento e de atividades práticas, que permitem ao estudante aprender no seu próprio ritmo.

Em janeiro deste ano, a utilização desses equipamentos em escolas públicas e privadas de todo o território nacional passou a ser proibida com a nova Lei Federal nº 15100/2025. A norma restringe o uso de celulares em salas de aula, intervalos e recreio, devido ao aumento na utilização dos eletrônicos, com intuito de salvaguardar a saúde mental e física dos estudantes. O que não significa não poder levá-los para a escola, pois ainda há exceções em usos de emergência e, principalmente, de finalidade pedagógica sob supervisão do professor.

Tal medida tem gerado aplausos por parte de pais e professores, ambos que se defrontam na dificuldade de metodologias mais prazerosas, isto é, a sinergia do ócio criativo. De outro vértice, os filhos e estudantes entram em desespero quando leem a palavra “proibido”, pois escancara a nudez tecnológica da geração digital. Significa dizer que todas as partes envolvidas devem se readaptar e se reconfigurar nos novos ambientes de aprendizagem.

Diante do contexto, não há saída mais assertiva que aceitar os cinco desafios maiores: treinamento para educadores; automação de recursos internos; incorporação de soluções IA; geração de conteúdos inovadores e acesso às novas tecnologias de ensino. Percebe-se que nessa ordem, absolutamente, existe a figura do professor que, em tese, é o mediador da transição.

Por isso, é preciso acreditar que o uso inteligente e inclusivo, de forma equilibrada, respeitando as necessidades dos estudantes e o papel essencial dos educadores será sempre a válvula impulsionadora do sucesso educacional. Tecnologia sim, mas com moderação, e, enquanto o objetivo estiver sendo alcançado.

Que, neste Dia Internacional da Educação, possamos pensar nela como uma construção, a base para a troca de conhecimentos, com vistas ao aproveitamento de recursos externos e a valorização do ambiente escolar, pois desafios vão surgir ao longo da caminhada, mas precisamos estar sempre atentos e dispostos a mudar o rumo por quantas vezes forem as necessidades. A educação e a tecnologia continuarão a caminhar juntas, pois o futuro nos une. 

Feliz Dia Internacional da Educação


Alex Cleidir Tardetti é Secretário Municipal de Educação de São Lourenço do Oeste e presidente da Undime-SC.

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