Secretário dos Direitos da Pessoa Idosa destaca a importância dos direitos humanos para um envelhecimento saudável

Garantia dos Direitos Humanos: A Chave para um Envelhecimento Saudável no Brasil
O Brasil conta atualmente com cerca de 33 milhões de pessoas idosas, representando aproximadamente 16% da população. Contudo, a ideia de envelhecer com dignidade e qualidade de vida continua sendo um desafio sem precedentes. Esse foi o tema central da palestra “Direitos humanos, envelhecimento e saúde pública”, proferida pelo secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, durante o 3º Saberes Negros em Sankofa, evento que acontece na Universidade de Brasília (UNB).
Durante sua fala, Alexandre destacou a importância de elementos fundamentais para a longevidade, como a qualidade do sono, uma alimentação balanceada e a prática regular de atividades físicas. Para ele, a saúde não pode ser vista de forma isolada; ela está intrinsecamente ligada ao acesso a direitos econômicos, educação, cultura e lazer. “A máquina corporal precisa de descanso. Isso não é um capricho”, afirmou, enfatizando que uma rotina desgastante pode comprometer a qualidade de vida.
Um dos pontos mais relevantes abordados pelo secretário foi a disparidade entre o envelhecimento no Brasil e em países desenvolvidos. Enquanto países com economias robustas conseguiram melhorar as condições de vida antes que um grande percentual de sua população envelhecesse, no Brasil, uma considerável parte dos idosos ainda vive em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Nesse contexto, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi destacado como um serviço de “porta aberta”, que, apesar das falhas, garante atendimento geral à população.
Alexandre também abordou as diferenças regionais que complicam a formulação de políticas públicas eficazes para os idosos. Enquanto no Rio Grande do Sul cerca de 20% da população é idosa, em Roraima esse índice não chega a 9%. Ele ressaltou a necessidade de atenção especial às comunidades rurais e às populações que habitam áreas isoladas, onde o envelhecimento não é necessariamente melhorado pelas condições urbanas.
Outro aspecto que merece destaque é a interseccionalidade no envelhecimento. Embora a população mais jovem do Brasil seja, em sua maioria, composta por pessoas negras (com 56% nesse grupo etário), esse percentual diminui entre as pessoas com 60 anos ou mais, resultado da desigualdade social que provoca mortes precoces. Alexandre citou a previdência social como um reflexo dessa realidade.
Infelizmente, não existem dados oficiais sobre a população idosa LGBTQIA+, dificultando a elaboração de políticas públicas direcionadas a este segmento. O programa “Viva Mais Cidadania” busca, entre outras coisas, atender especificamente ao público LGBTQIA+ acima de 60 anos, em especial trans e travestis, que enfrentam desafios adicionais relacionados à velhice.
Durante o evento, que se estende por três dias, diversas atividades foram oferecidas, incluindo palestras e mesas-redondas, evidenciando não apenas a riqueza cultural negra, mas também os desafios enfrentados pela população idosa no Brasil em um contexto interseccional.
Perguntas Frequentes

Por que a garantia dos direitos humanos é importante para o envelhecimento saudável?

A garantia dos direitos humanos assegura que as pessoas idosas tenham acesso a serviços de saúde, educação, cultura e lazer, promovendo uma qualidade de vida adequada durante a velhice.

Quais são os principais fatores que influenciam a qualidade de vida na terceira idade?

Fatores como qualidade do sono, alimentação saudável e prática de atividades físicas são cruciais. Além disso, ter acesso a direitos econômicos e sociais também impacta positivamente a saúde dos idosos.

Como o envelhecimento no Brasil se compara ao de países desenvolvidos?

Enquanto países desenvolvidos implementaram melhorias em qualidade de vida antes de sua população envelhecer, o Brasil enfrenta um alto índice de idosos vivendo em vulnerabilidade socioeconômica.

Quais são as principais categorias de pessoas idosas que enfrentam desigualdades?

As pessoas idosas negras e LGBTQIA+, entre outras, enfrentam desigualdades significativas. As mortes precoces entre a população negra e a falta de dados sobre idosos LGBTQIA+ complicam a formulação de políticas inclusivas.

O que está sendo feito para apoiar a população idosa LGBTQIA+?

O programa “Viva Mais Cidadania” foi criado para dar atenção a essa população, especialmente aqueles que são trans e travestis, ajudando a garantir seus direitos e acesso a serviços essenciais.

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