Pesquisadora da Fiocruz propõe olhar atento ao combate ao Aedes aegypti: ‘Olhe com olhos de mosquito’

“Olhe com olhos de mosquito”, sugere pesquisadora da Fiocruz sobre buscar e extinguir criadouros do Aedes aegypti
Por Edjalma Borges, Ministério da Saúde
No combate à dengue, a pesquisa demonstra que a chave para a eficácia das ações de controle pode estar na forma como percebemos nosso ambiente. A bióloga e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Denise Valle, faz um alerta crucial: “Precisamos aprender a enxergar o ambiente como a fêmea do Aedes aegypti enxerga”. Segundo ela, qualquer local que acumule água parada, por menor que seja, pode se tornar um criadouro do mosquito.
De acordo com Denise, locais que parecem inofensivos, como pratos de vasos de plantas, caixas d’água com tampa mal encaixada ou ralos pouco utilizados, podem ser berçários ideais para o mosquito transmissor da dengue. “A fêmea não busca locais óbvios ou burocráticos. Ela procura ambientes protegidos, escuros e úmidos, onde seus ovos possam se desenvolver com segurança”, explica a pesquisadora.
Criadouros Escondidos Exigem Atenção
A bióloga destaca que muitos criadouros não convencionais passam despercebidos no dia a dia. Exemplos incluem vasos sanitários de banheiros pouco utilizados e rachaduras em lajes e quintais que acumulam água da chuva. “Até mesmo o fundo do poço do elevador pode se tornar um criadouro se a drenagem não for adequada e a portaria não for lavada com frequência. Esses locais são exatamente o que o mosquito precisa: protegidos, escuros e com água parada”, alerta Denise.
Nem Sempre é Descuidado
A pesquisadora também enfatiza que os criadouros não são sempre fruto de negligência. Em muitas situações, pode haver dificuldades socioeconômicas que dificultam o cuidado adequado com a casa e o entorno. “Nem todos conseguem manter lajes e quintais nivelados, e isso exige recursos que muitas famílias não têm. O controle do mosquito deve ser uma responsabilidade compartilhada entre a população, o poder público e as autoridades de saúde”, afirma.
Treinar o Olhar é Essencial
Denise Valle sugere que mudar a forma como enxergamos os espaços ao nosso redor é fundamental para o controle da dengue. “O que para nós pode ser apenas uma tampa de caixa d’água mal ajustada ou uma pequena depressão no piso é, para o mosquito, o local perfeito para se multiplicar”, acrescenta.
A pesquisadora reforça que, apesar da população desempenhar um papel crucial, o sucesso no controle da dengue depende de esforços conjuntos. “Precisamos de campanhas de conscientização e apoio do poder público. O olhar atento e a ação rápida são nossas melhores aliadas contra a dengue”, conclui.
Para saber mais sobre a prevenção da dengue, a população pode conferir a campanha “Tem 10 minutinhos? A hora de prevenir é agora”.

Perguntas Frequentes:

O que é o Aedes aegypti?

O Aedes aegypti é um mosquito vetor de doenças como dengue, chikungunya e zika. Ele se reproduz em água parada.

Quais são os criadouros mais comuns do Aedes aegypti?

Criadouros comuns incluem pratos de vasos de plantas, ralos, caixas d’água mal tampadas, pneus, e qualquer recipiente que acumule água parada.

Como posso prevenir a proliferação do Aedes aegypti em minha casa?

Inspecione regularmente seu imóvel em busca de água parada, tampe caixas d’água, limpe ralos e elimine objetos que possam acumular água.

Por que a responsabilidade pelo controle do mosquito deve ser compartilhada?

A proliferação do mosquito depende de diversos fatores, incluindo condições socioeconômicas. A colaboração entre a população e autoridades é fundamental para um controle eficiente.

O que fazer se encontrar um criadouro do mosquito?

Ao identificar um criadouro, elimine a água parada imediatamente e realize a limpeza do local. Caso a situação persista, entre em contato com a vigilância sanitária local.

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