Vale a Pena Fazer Consórcio para Comprar Celular?

Os smartphones se tornaram itens essenciais em nosso dia a dia, mas seu alto custo ainda é um obstáculo para muitos. Com os modelos mais avançados ultrapassando a marca de R$ 10 mil, formas de pagamento como parcelamento no cartão de crédito e consórcios têm ganhado popularidade no Brasil. Mas será que o consórcio é uma boa opção para adquirir um celular? O TecMania explora essa questão neste especial.

O Que é o Consórcio de Celular?

Embora tradicionalmente associado à compra de imóveis e veículos, o consórcio também tem se expandido para o mercado de smartphones, especialmente com o aumento dos preços desses dispositivos.

Em um consórcio, um grupo de pessoas, físicas ou jurídicas, se reúne para adquirir um bem, como casas, carros ou celulares, que talvez não pudessem comprar sozinhas. Os participantes pagam uma parcela mensal de valor fixo, estabelecido em contrato, que forma o fundo para a compra do item desejado.

Uma das maiores vantagens do consórcio é a ausência de entrada e juros, comuns em outras modalidades de financiamento. No entanto, há uma taxa de administração embutida nas parcelas. Por outro lado, a aquisição do celular não é imediata; os participantes são sorteados gradualmente e recebem uma carta de crédito para comprar o aparelho. Em alguns casos, é possível antecipar a contemplação através de lances, o que funciona como um leilão interno. É importante considerar esses detalhes antes de entrar em um consórcio.

Também é crucial ter em mente as consequências de atrasos nas parcelas. Além de prejudicar o crédito, o atraso pode resultar na perda do direito de aquisição, caso o sorteio ainda não tenha ocorrido e os pagamentos não sejam regularizados em tempo.

Atualmente, há várias opções de consórcios de celular no Brasil, muitas delas oferecidas por bancos. Entre os destaques estão o Compra Garantida, da Klubi, com planos de até 36 parcelas e pagamento via PIX, e o Consórcio Magalu, que permite parcelar em até 48 vezes, com cartas de crédito de até R$ 18 mil.

Alternativas ao Consórcio

Para quem prefere evitar o consórcio, há outras formas de pagamento, cada uma com seus próprios prós e contras. A opção mais comum é o parcelamento no cartão de crédito.

Atualmente, muitas lojas oferecem parcelamento em até 10 ou 12 vezes sem juros, com algumas lojas permitindo até mais parcelas se você usar o cartão da própria loja. Também é possível parcelar usando PIX ou boleto bancário, dependendo das condições oferecidas pela loja.

O parcelamento no cartão garante a posse imediata do celular e elimina o risco de perder o crédito devido a atrasos. No entanto, o número de parcelas é limitado, e taxas como o IOF podem aumentar o custo final.

Outra alternativa é recorrer a um empréstimo ou financiamento. Esses métodos também permitem a compra imediata do celular, mas sempre incluem juros, que variam entre 1,8% e 2% por mês. Esses custos devem ser cuidadosamente considerados para garantir que a opção seja viável.

A escolha mais segura, contudo, é economizar gradualmente para pagar o celular à vista. Alguns bancos oferecem a opção de aplicar o dinheiro guardado, fazendo-o render ao longo do tempo. Assim como no consórcio, é necessário ter paciência para juntar a quantia necessária, mas a previsão do tempo para a compra costuma ser mais precisa.

Independentemente do método de pagamento, vale a pena verificar se a fabricante ou loja oferece um programa de troca com desconto. Programas como a Troca Smart da Samsung e o Buyback da iPlace, especializada em iPhones, podem ajudar a reduzir o valor final do aparelho.

Simulação de Compra

Para ilustrar as opções, vamos considerar dois modelos: o iPhone 15 Pro Max de 1 TB e o Galaxy S24 Ultra de 1 TB. De acordo com listagens em lojas como o KaBuM!, o iPhone custa em média R$ 9.499 à vista ou R$ 11.180 parcelado, enquanto o Galaxy custa R$ 8.990 à vista e R$ 9.989 parcelado.

Se optarmos pelo consórcio, financiamento ou empréstimo, pagaríamos o valor à vista, enquanto o cartão de crédito envolveria o valor parcelado. Vamos simular um consórcio de R$ 10 mil no Compra Garantida da Klubi e um empréstimo no Nubank, comparando com o parcelamento no cartão.

No consórcio, é possível escolher entre 24 ou 36 parcelas, com impacto no valor total. Para 24 parcelas de R$ 535,67, o total é de R$ 12.856,08 (28% a mais que o valor da carta de crédito), enquanto 36 parcelas de R$ 396,78 resultam em R$ 14.289,08 (43% a mais). Embora o aumento não seja tão drástico quanto em outras opções, é um fator a considerar.

No caso do empréstimo, os juros são significativamente mais altos. Para 48 parcelas de R$ 610,28, o total é de R$ 29.293,44, quase três vezes o valor emprestado. Para 36 parcelas de R$ 659,56, o valor final é de R$ 23.744,56, ou 2,4 vezes o valor do empréstimo. Se optarmos por 10 parcelas de R$ 1.346,15, o total será de R$ 13.461,50, um aumento de 35%.

No cartão de crédito, é possível parcelar em até 10 vezes sem juros, pagando R$ 11.180 pelo iPhone e R$ 9.989 pelo Galaxy. As parcelas são altas (R$ 1.180 e R$ 998 por mês), mas não há surpresas se os pagamentos forem pontuais. O prazo pode ser estendido para 12 vezes, mas com juros, que, curiosamente, são os mais baixos, em torno de 3% (um acréscimo de R$ 290 no iPhone e R$ 259 no Galaxy).

Lojas com descontos agressivos podem tornar algumas dessas opções mais atraentes, especialmente para pagamentos à vista ou em poucas parcelas.

Vale a Pena Fazer Consórcio?

No final das contas, o consórcio pode ser vantajoso se você não puder parcelar no cartão de crédito ou economizar para pagar à vista. Considerando a ausência de juros e outras taxas crescentes, além da flexibilidade nas parcelas, o consórcio pode ser mais econômico que um empréstimo.

No entanto, é preciso ter paciência, pois a aquisição não é imediata, e cuidado com os pagamentos para evitar pagar mais do que o necessário.

O cartão de crédito geralmente é a escolha mais segura e rápida, especialmente se você tiver limite disponível e puder encaixar as parcelas no orçamento mensal. É também a melhor opção em casos de emergência, como a quebra do celular.

Por fim, para evitar qualquer dor de cabeça, economizar para pagar à vista ou com PIX é a escolha mais acertada. Esse método encerra a dívida imediatamente e, frequentemente, as lojas oferecem descontos de 5% a 15% para esse tipo de pagamento.

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