Segundo jornalista sob proteção do Estado é assassinado no México em menos de quatro meses

O México enfrenta mais um episódio de violência contra jornalistas: Calletano de Jesús Guerrero, do Global México, foi assassinado em 17 de janeiro, na cidade de Teoloyucan.

O caso é alarmante, pois Guerrero estava sob proteção federal desde 2014 devido a ameaças constantes relacionadas ao seu trabalho.

Este é o segundo assassinato de um jornalista sob proteção estatal em menos de quatro meses, após a posse da presidente Claudia Sheinbaum. O primeiro foi o de Mauricio Cruz Solís, morto em outubro no estado de Michoacán.

Jornalista assassinado no México sofria ameaças

O Global México é um veículo de notícias que cobre principalmente política nacional.

Calletano de Jesús Guerrero, que atuava como vice-diretor geral do veículo, vinha sofrendo ameaças nos últimos meses, chegando a sofrer um ataque violento em sua residência quatro dias antes de sua morte.

Ele é mais uma vítima em um dos países mais perigosos para jornalistas, classificado como o terceiro mais perigoso do mundo, depois da Palestina e do Paquistão.

O país também contabilizou mais de 30% dos casos de jornalistas desaparecidos no mundo em 2024.

RSF cobra medidas urgentes para proteger jornalistas 

A morte de Guerrero expõe as graves deficiências do sistema de proteção a jornalistas no México, apontou a organização de liberdade de imprensa Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Apesar de mais de 650 profissionais estarem inscritos no programa, a violência persiste, demonstrando que as medidas atuais são insuficientes para garantir a segurança dos profissionais da imprensa, disse a RSF. 

A entidade expressou forte condenação ao assassinato e instou o governo mexicano a tomar medidas urgentes para proteger a vida e a segurança física dos jornalistas.

“Embora a promotoria tenha obtido avanços no combate à impunidade de crimes contra jornalistas, como o indiciamento de responsáveis pelas mortes de Mauricio Cruz Solís e Alfredo Cardoso, a realidade é que o sistema de proteção federal ainda não é capaz de impedir que jornalistas sejam assassinados”, afirmou a RSF. 

A organização recordou que, durante sua campanha eleitoral, a presidente Sheinbaum se comprometeu a fortalecer o programa de proteção e criar um plano abrangente para garantir a segurança dos jornalistas.

E apelou à presidente para que cumpra essa promessa e estabeleça um grupo de trabalho para criar um plano de proteção para jornalistas no México.

“A impunidade e as deficiências no sistema de proteção devem ser abordadas sem demora para evitar mais tragédias. É essencial que medidas concretas sejam tomadas para acabar com a violência contra jornalistas e garantir que eles possam trabalhar em um ambiente seguro”, disse Artur Romeu, Diretor do Escritório da RSF para a América Latina,

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